sábado, 19 de setembro de 2009

Panela velha é que faz comida boa!!!

A fabricação artesanal de panelas de barro é o ofício das paneleiras de Goiabeiras, bairro de Vitória, capital do Espírito Santo. A atividade contitui um saber passado de mãe para filha por gerações sucessivas. A técnica cerâmica utilizada é de origem indígena, caracaterizada por modelagem manual, queima a céu aberto e aplicação de tintura de tanino. Apesar da urbanização, a atividade continua sendo um ofício familiar, doméstico e profundamente enraizado no cotidiano e no modo de ser da comunidade. É o meio de vida de mais de 120 famílias. Ícone da identidade cultural capixaba, as panelas de barro usadas para servir a tradicional moqueca de peixe, sagrada iguaria tradicionalmente consumida na Semana Santa, ganharam o mundo e configuram, na literatura gastronômica, "a mais brasileira das cozinhas".
Através de uma entrevista com sua presidente, Eronildes Correa de Menezes, a Associação das Paneleiras de Goiabeiras, conta como suas panelas de barro foram incuídas parte do Patrimônio Cultural Brasileiro. "A nossa própria forma de fazer que traz o turista, o fato de não ter mudado a técnica desde do início lá atrás até agora".
Conte um pouco sobre sua história. Como você aprendeu a produzir panelas? A fabricação da panela de barro, esse trabalho nosso, é um ofício transmitido de geração em geração. É uma tradição que a gente já mantém há muitos anos. Eu comecei com a minha mãe. Primeiro nós éramos “fundo de quintal”. Eu via minha mãe fazendo e eu fui aprendendo, porque isso já está no sangue, já é nato mesmo e, aos 12, eu comecei a confeccionar minhas próprias panelas. Depois, se formou um grupo de mulheres que lutaram para que a gente viesse para a Associação, que hoje já existe há mais de 20 anos e é a nossa sede: a Associação das Paneleiras. Nesse decorrer, o que eu tenho visto é que as nossas panelas se valorizaram demais, elas ficaram conhecidas no mundo inteiro.
Quando você começou a fazer panelas a Associação não existia? Quando eu comecei a fazer nós éramos “fundo de quintal”. Depois, se formou um grupo de mulheres – as mais velhas, como a geração da minha falecida mãe – que lutaram para que a gente tivesse um lugar apropriado para trabalhar. Hoje, a gente tem a sede, que é a Associação das Paneleiras.
Qual o impacto que houve com o fato das panelas terem se tornado Patrimônio Cultural Brasileiro? Um impacto muito bom. O fato de a gente virar um patrimônio é uma coisa simbólica, e nos tornamos um símbolo do artesanato. É muito gratificante e isso divulgou muito a panela, nossa panela esta sendo muito divulgada mesmo.
Acesse a entrevista na íntegra, http://www.acasa.org.br:80/ensaio.php?id=222&modo=

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