domingo, 19 de abril de 2015

Ancestralidade e Sabedoria

Com 27.000 km2 e 900 km de perímetro (área equivalente ao território da Bélgica), o Parque Indígena do Xingu abriga, entre diversas outras etnias, os Waurá - mestres na produção de panelas de barro e cestaria e que têm na produção artesanal a principal base de sua economia. Os tradicionais bancos, produzidos em madeira, reproduzindo animais da região, são alguns dos cobiçados objetos produzidos por eles. Todos são agricultores: mandioca, banana, amendoim, milho são culturas de base e entre si vivem de trocas. Os Waurá são notórios pela singularidade de sua cerâmica, o grafismo de seus cestos, sua arte plumária e máscaras rituais. 


Além da riqueza de sua cultura material, esse povo possui uma complexa e fascinante mito-cosmologia, na qual os vínculos entre os animais, as coisas, os humanos e os seres extra-humanos permeiam sua concepção de mundo e são cruciais nas práticas de xamanismo. Grandes ceramistas, são conhecidos pelas grandes panelas de até 2m de diâmetro, chamadas de Kamalupe. No Xingu somente os Waurá e Yudjá dominam o uso do barro na confecção de panelas de vários tamanhos, formatos e figuras zoomorfas. Depois de modelada e cozida em um buraco previamente aquecido, a panela é debruçada e seu fundo externo, todo esbranquecido de tabatinga, é cuidadosamente decorado em vermelho e preto (urucum e jenipapo), com desenhos simétricos, traços firmes e a mão livre.


Que o dia de hoje, 19 de abril, quando se comemora o Dia do Índio, nos desperte a relevância da causa indígena. Que suas populações no Brasil passem a ser olhadas com o respeito que merecem e que tanta ancestralidade e sabedoria possam se manter preservadas.

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