quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Produtos com Propósito










O norte do Piauí é conhecido internacionalmente pela produção de produtos em opala, bela e rara pedra semipreciosa, encontrada apenas na Austrália e nessa específica região do Brasil. Depois de lapidado, o mineral é usado na fabricação de exclusivas joias feitas a mão. 

A opala foi, durante décadas, explorada somente em minas da Austrália, mas atualmente o Brasil é o principal produtor mundial. Muitas dessas pedras brasileiras eram levadas para a Austrália e lá comercializadas como minério australiano. Isso ocorria por falta de ações voltadas para a valorização desse produto no Brasil. 

Com cerca de 30 minas, entre ativas e inativas, a região teve sua primeira mina em 1942. Durante 03 décadas, a exploração de grandes mineradoras foi responsável por um enorme problema ambiental. Após o período de extração extensiva, levando ao esgotamento das minas, abandonaram a região deixando para trás um grande volume de resíduos gerados pela atividade. Nas minas são encontradas hoje grandes quantidades de “chibius” (opalas pequenas), consideradas na época impróprias para o uso em joias e com baixo valor comercial.

Em termos sociais, ainda hoje a atividade é responsável pela subsistência de um grande número de pessoas. Aproximadamente 500 homens, pais de famílias, moradores de roça e com escolaridade mínima, trabalham nas dezenas de minas “abandonadas” para ganhar menos de um salário mínimo. 

Diante desse cenário e da necessidade de aumentar a renda dos garimpeiros e lapidários da região e fortalecer essa atividade local, há alguns anos, eles decidiram se organizar e criaram uma cooperativa onde atualmente, diversos profissionais cooperados trabalham com garimpo, lapidação e joalheria. 

Houve uma mudança de visão e os “chibius” passaram a ser usados como matéria-prima por meio de uma nova técnica de produção - os mosaicos de opala. A técnica se utiliza de pequenos fragmentos da pedra (que anteriormente eram descartados como resíduo) para preencher uma superfície e assim constituir a joia – que ganha um caráter exclusivo e ainda mais artesanal. Esse tipo de produção absorve hoje 25% da mão de obra empregada nas minas e 50% nas oficinas de lapidação. 

Uma atividade que dá origem a produtos com propósito de melhorar a capacitação dos profissionais que vivem desse trabalho, agregar valor para a opala e desenvolver o setor que proporciona de forma direta e indireta emprego e geração de renda para essas populações excluídas do mercado de trabalho formal.


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